domingo, 18 de novembro de 2007

Isso tudo realmente funciona?

Nunca houve no Brasil, como agora, tanta gente tentando aprender e tanta gente vivendo de ensinar inglês. Além de uma multidão de professores particulares e estabelecimentos independentes, há cerca de 3200 escolas funcionando no Brasil sob o sistema de frânquia.
Há cinco anos, havia metade desse número. Estima-se que cerca de 20 milhões de brasileiros estejam estudando inglês atualmente, e o número de pessoas que aprendeu a língua franca do mundo contemporâneo é maior hoje do que em qualquer outra época.
Cresce também, em contraponto, a quantidade de gente que tenta, tenta e não consegue, pois não estão..... ....realmente focados no que pretendem. Amplia-se cada vez mais a oferta de diferentes métodos de ensino, o que resulta em uma maior demanda mas também a frustração aumenta. Isso porque esses diferentes métodos se propõe a tudo e de tudo, com várias técnicas para diferentes necessidades, prometendo desde de ampliar as chances no mercado de trabalho até se preparar para uma palestra em Inglês, indo até a navegação sem problemas na internet.
Claro que se alguém imaginar que isso daria certo sem que haja sobretudo, empenho e disciplina, estaria doando dinheiro e perdendo tempo, pois nenhum método fará o milagre de substituir empenho e disciplina.
O idioma Inglês é uma língua viva, cheia de nuances e se modifica ao longo do tempo, portanto para adquirí-la como uma segunda língua, a sua priorização no dia-a-dia se faz necessária devendo fazer parte da vida do aluno. Por outro lado, ajuda bastante a escolha do sistema que mais se adapte à sua personalidade. Veja abaixo alguns sistemas disponíveis e qual pode ser o mais indicado pra suas necessidades:

Aprendendo com música:

Nos anos 70, Georgi Losanov, médico e psicoterapeuta da Universidade de Sofia, na Bulgária, descobriu que a música barroca incentiva o lado direito do cérebro, tira as tensões do dia-a-dia e deixa as pessoas mais disponíveis para absorver conhecimentos novos, inclusive línguas. Baseado nesse estudo, nasceu há 20 anos, na antiga Alemanha Oriental, o curso Superlearning. Composto de 24 lições em fitas e livros, o método se propõe a ensinar inglês em até quatro meses, com apenas 25 minutos de dedicação por dia. Todas as lições têm um fundo musical barroco que, segundo o coordenador Martin Huschka, aciona o lado direito do cérebro e faz o aluno registrar mais facilmente o que ouve.

A Audi, na Alemanha, e a Sony, nos Estados Unidos, usam esse método para ensinar inglês, alemão e espanhol a seus funcionários. No Brasil, o método chegou no começo do ano passado, e hoje cerca de 200 brasileiros já estudaram ou estão estudando inglês com essa técnica. "Eu aprendi inglês em sete meses, depois de tentar durante quatro anos com outros métodos", afirma Anibal Leite, 44, chefe administrativo da Basf, outro adepto do método.

Na sala de aula

A velha escola de inglês é uma espécie em extinção. Já vai longe o tempo em que o professor, muitas vezes apenas um esforçado amador cuja principal qualificação para ensinar era o fato de ser americano ou inglês, passava a aula repetindo the boy is happy. As salas de aula, é certo, continuam sendo o ambiente em que mais se ensina inglês, mas agora há uma imensa variedade de recursos tecnológicos de apoio para professores e alunos - do CD-ROM ao vídeo, do computador à TV a cabo. "Eu preciso de uma escola, com professor, aula e lição de casa, para me obrigar a estudar", diz Maria Rocha Bessa, especialista de processos do BankBoston.

Como escolher a melhor escola para o seu caso? Informe-se sobre os recursos eletrônicos disponíveis, claro, mas dirija seu foco para o ser humano que está dando as aulas. Por mais avançada que seja a tecnologia, o que decide mesmo o jogo é a didática do professor. Ainda mais porque as aulas com CD-ROM podem ser eficientes para um aluno e contraprodutivas para outro. "Não se influencie pelo nome da escola nem pela aparelhagem disponível, mas sim pelo currículo do instrutor", afirma o professor Ricardo Schütz, que ensina inglês há 14 anos. Com mestrado na Arizona State University, o professor Schütz criou um site na internet com sugestões sobre como escolher um bom curso de inglês (www.english.sk.com.br).

A Associação Alumni, de São Paulo, é um dos mais tradicionais centros de ensino de inglês do país. Para não ficar para trás, buscou novas fórmulas para modernizar o aprendizado. Criou laboratório de línguas, instalou computadores para exercícios gramaticais, montou uma videoteca e elaborou um curso de redação pela internet para aperfeiçoamento de texto. Essas ferramentas, não se pode negar, facilitam o aprendizado, mas não adiantam nada sem um compromisso genuíno do estudante. "Existem alguns alunos que dizem 'o professor não ensinou' em vez de 'eu não aprendi' ", diz Marie Adele Ryan, coordenadora da Alumni. "Só assistir às aulas não é suficiente. É preciso sentar, estudar e consolidar tudo o que se aprendeu."

Repeat, repeat, repeat, repeat...

Em São Paulo, a escola Oxford Street atrai alunos de empresas como IBM, Fiat, Philips e Pirelli com um método que se baseia na velha e boa repetição. A idéia é reproduzir o sistema pelo qual os bebês aprendem a falar: ouvir, ouvir, repetir, repetir e acabar falando sem pensar. O método foi trazido da Callan School, uma das maiores escolas de inglês para estrangeiros de Londres. "Não há lousa nem lição de casa. Os alunos ouvem e falam durante toda a aula", diz Marcos Alberto Loureiro, coordenador da escola. "Só mais para a frente é que eles aprendem a ler e a escrever, exatamente como somos alfabetizados em português." O curso completo pode ser feito em um ano se o aluno se dispuser a ter 2 horas de aula por dia.

Aprendendo sozinho

Ser autodidata implica muita, muitíssima, disciplina e dedicação. E mesmo assim ainda há limitações. Rodeada de manuais de gramática, dicionários e CDs, uma pessoa pode aprender, sozinha, a ler e a escrever bem em inglês. Mas quando chega a hora de falar... Para falar, de verdade, só existe uma solução: é preciso treinar na vida real. "Eu aprendi com fitas e livros de um kit, estudando meia hora por dia", diz Philippe Wyffels, do Internexus Business, do Yazigi. "Mas falar mesmo foi só com intercâmbio. Fitas cassete, CDs, vídeos, jogos, testes, bons dicionários funcionam como reforço para a maioria das pessoas. Para os autodidatas funcionam como princípio, meio e fim."

Inglês no travesseiro

Há um método, previsivelmente polêmico, chamado Sleep Learning, que pretende ensinar inglês enquanto as pessoas dormem. Cerca de 10 000 brasileiros já estudaram por esse método. Funciona? O diretor do curso, Luis Carlos Arruda Maeda, garante que sim. "Na última hora de sono o ser humano entra em estado alfa, deixando o lado direito do cérebro acordado, o que permite aprender pelo inconsciente", diz ele. O curso custa cerca de 400 reais e é composto de sete fitas, um fone para ser colocado em baixo do travesseiro e um timer, que aciona o gravador meia hora antes de a pessoa acordar (se perder o sono e acordar antes da hora, se perde). Mas, mesmo que seu sono seja regulado, essa meia horinha não basta. É preciso, depois de levantar, ouvir novamente a lição (sem o travesseiro) e repetir essa mesma aula por 10 a 12 dias. Se fizer isso, segundo Maeda, o aluno colhe os primeiros resultados em pouco mais de dois meses. "De repente comecei a entender músicas e filmes sem legenda", diz o microempresário Leandro Resende Rangel, que fez o curso há dois anos. É importante avisar que o curso não ensina um inglês perfeito, com gramática correta. "O Sleep é feito para aqueles que precisam aprender o básico ou melhorar a fluência rapidamente", diz Maeda. De cada dez alunos, seis desistem - geralmente por se cansarem do método. "Mas os outros quatro têm 100% de satisfação."

Você vai falar, você vai falar...

Hipnose - esse é um dos recursos utilizados nos seminários do educador e especialista em aprendizagem inconsciente Walther Hermann. Em palestras com duração de 19 horas, Hermann junta hipnose com neurolingüística para acionar o lado direito do cérebro. A idéia é que o inconsciente ajuda a captar a sonoridade da língua. Mais de 200 pessoas já passaram por esses seminários. Cerca de 95% aprovaram.

A assistente administrativa do ex-Banco Excel-Econômico, hoje Bilbao Viscaya, Carla Rodrigues Diniz, vivia um drama. Depois de estudar seis anos em um curso tradicional, ela não conseguia falar inglês. Em julho do ano passado, Carla recorreu às palestras de Hermann. "Hoje já consigo manter uma conversa em inglês", diz ela. "Tudo ficou mais claro, até as músicas ficaram mais fáceis de entender."

Inglês sob medida

Há muitos cursos para quem já fala um pouco de inglês e precisa se aperfeiçoar em uma área específica, seja ela economia, administração, informática, hotelaria, medicina ou treinamentos especiais para telefonistas e recepcionistas. Esses cursos valem também para executivos que viajam ao exterior para fazer, por exemplo, a apresentação de um projeto. A Up Language Consultants, em São Paulo, ajuda o aluno a preparar sua palestra. "Revisamos a parte escrita e preparamos uma fita para que ele memorize o vocabulário e a pronúncia correta", diz Heloisa Silva de Freitas Chaves, coordenadora da escola. "Esse apoio é fundamental para que a gente se sinta seguro e não tenha medo de falar", diz Sérgio Eduardo Santos, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade, Anefac.

Outra escola que faz esse tipo de trabalho é a Internexus Business, com 17 centros no Brasil. Para chegar à meta pretendida pelo aluno, a escola tem dinâmicas personalizadas para cada estudante. Certa vez, para conseguir "soltar" um aluno que tinha empacado, o coordenador Philippe Wyffels recorreu a pincel e tinta. Para aprender, ele precisava relaxar. "Com a pintura, o executivo trabalhou suas ansiedades e emoções e conseguiu até explicar em inglês os conceitos colocados nas telas", diz ele.

Imersão total

Muita gente acredita que o caminho mais curto para aprender inglês é passar uma temporada no exterior, e quanto mais longa, melhor. Isso realmente funciona, mas nem sempre e nem para todo mundo. Há pessoas que passam um ano fora do país e não voltam com um inglês muito melhor do que quando foram. Geralmente é a timidez que impede o aprendizado. Para essas pessoas, há cursos de imersão: aqueles em que, sem sair do Brasil, o aluno passa dias "mergulhado" no estudo, de manhã, de tarde e de noite.

Um curso de imersão que está chamando a atenção dos executivos é o Little England. Quase todo mês, um novo grupo de doze pessoas sobe a serra de Petrópolis, no Rio de Janeiro, para encontrar um cenário que sugere a Inglaterra. Com direito até a pub, o sítio, construído para sediar esse curso, tem serviços de um bom hotel: sauna, suítes individuais e quadras de esportes. Ali, os alunos passam cinco dias falando apenas inglês. "Quem usa o português paga multa", conta Simon St. Claire Smallwood, inglês radicado no Brasil e criador do Little England.

Montado há 16 anos, o curso tem 6 horas diárias de aula, oito monitores, americanos ou ingleses, e atividades como vôlei, caminhadas e jogos, tudo em inglês. A soma de tudo isso dá quase 18 horas por dia de aprendizado. "Sempre estudei inglês, mas tinha dificuldade na fluência. No terceiro dia de imersão já estava até rezando em inglês", diz a secretária executiva da Origin, Heloísa Medina, que participou de um dos grupos.

Estágio, tênis e surf

Para quem já fala um pouco, não tem bloqueios nem sofre com timidez, passar uns meses no exterior é um excelente caminho para aprender inglês. Ótimo; mas, além de aprender, o que a pessoa faz? Há muitos programas, hoje, que tratam de unir as aulas de inglês a alguma atividade paralela, ligada ao esporte ou à arte, por exemplo. Há muitos cursos que juntam inglês com tênis, esqui, equitação, natação ou, ainda, surf, rafting, balonismo, safáris. Outros ensinam pintura, culinária, balé e por aí afora. Outra possibilidade é procurar fazer estágio em alguma empresa. Esta é uma opção que vem crescendo a cada dia. O economista e diretor de vídeos Agnaldo Cardoso fez quatro cursos de inglês no Brasil e não conseguia ir além do nível intermediário. Comprou então uma passagem para Londres. Matriculou-se num curso de três meses com cinco horas diárias de aulas e também conseguiu um estágio de dois meses numa produtora de vídeo. "Aprendi inglês na marra. Se eu não me comunicasse, o trabalho não saía", afirma Cardoso.

Inglês na rede

Os cursos de inglês pela internet estão se popularizando. Há milhares de endereços para quem quer aprender, reforçar ou exercitar o inglês (sem falar nos chats internacionais, nos quais se trocam mensagens em inglês em tempo real). Heloísa Collins, coordenadora do curso Surfing & Learning da Cogeae/ PUC-SP, já formou quatro turmas, ou 80 alunos, pela internet. Os alunos enviam por e-mail sua lição de casa e têm suas dúvidas respondidas em no máximo dois dias. A partir deste ano, o Surfing & Learning - a exemplo de muitos outros cursos pela internet - terá recursos de áudio para o aluno treinar o ouvido. "Aula pela internet é ótimo", diz a arquiteta e designer Márcia Holland. "Fui para a Austrália e não perdi nenhuma aula." Esse tipo de facilidade fisgou também a psicóloga Rosely Sayão. "Onde mais eu poderia aprender inglês às 2 da manhã?", diz ela.

Crédito: Você S.A.

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