Mente Humana e Aprendizado
Alguns fatores relacionados a mente humana, podem determinar o ritmo do aprendizado de um idioma, veja abaixo os principais que devemos levar em conta para compreendermos melhor o ritmo do nosso aprendizado:
Biológicos
Existe uma idade crítica (12 a 14 anos), a partir da qual o ser humano gradativamente perde a capacidade de assimilar línguas ao nível de língua mãe - essa perda é mais perceptível na pronúncia. Até a idade crítica, a criança que tiver contato suficiente com o idioma, o assimilará de forma tão completa quanto a língua mãe, por tanto, quanto mais cedo iniciar o aprendizado mais facilmente será a assimilação do idioma.
Psicológicos
Aspectos efetivos e educacionais na infância e adolescência constroem a personalidade humana - tão variáveis e distintas como impressões digitais. Após formada (”embora possa ser lapidada, aperfeiçoada em qualquer fase da vida”) a personalidade modula pensamentos, comportamentos e atos que podem facilitar ou retardar aprendizados.
Níveis de comunicação e de orgulho, perfeccionistas ou não, universalismo ou provincialismo e outros normalmente são de origem psicológica.
Ambiente e o input lingüístico
Migrantes e imigrantes que por opção ou necessidade moram no exterior estão expostos diariamente a um ambiente e input lingüístico que facilitam enormemente o aprendizado do idioma do país que agora residem.
Fatores Cognitivos
Formação da matriz fonológica - “O adulto monolíngüe, por já possui uma matriz fonológica sedimentada. Se caracteriza por uma sensibilidade auditiva amortecida, treinada a perceber e produzir apenas os fonemas do sistema de sua língua materna. A criança, por sua vez, ainda no início de seu desenvolvimento cognitivo, mantém a habilidade de expandir sua matriz fonológica, podendo adquirir um sistema enriquecido por fonemas de línguas estrangeiras com as quais tiver em Contato.”
Fatores Externos
- Memória: A capacidade de memorização - de origem parapsicológica, biológica e psicológica - é fator chave no ritmo e grau de qualquer aprendizado.
- Semelhanças de idiomas: A semelhança da língua mãe com a língua alvo ajuda bastante no aprendizado. Observem a facilidade como que alemães, holandeses, dinamarqueses e suecos aprendem inglês; como brasileiros e portugueses aprendem o espanhol, ou como os italianos e franceses e espanhóis aprendem o português.
- Mono e Bilíngüe: É obvio que quem só fala um idioma depende exclusivamente dele para estruturar seus pensamentos, idéias, projetos e ações. Essa dependência vai sendo sedimentada com os anos, e quanto mais velha for uma pessoa monolíngue, mais sedimentada estará esta dependência do seu idioma mãe.
- Comodismo: O expressivo número de imigrantes que residem hoje nos Estados Unidos e possuem o mesmo idioma mãe (a exemplo do espanhol e português), gera um comodismo que faz com que muitas pessoas ainda não fale inglês, mesmo estando morando naquele país a mais de 10 anos!
Não raro, também encontramos imigrantes que falam inglês fluentemente, mas como aprenderam de ouvido e nunca freqüentaram escola especializada, não sabem ler nem escrever nessa segunda língua.
Portanto, é imperioso que cada estudante construa seu desenvolvimento de acordo com sua capacidade, motivação e disponibilidade. Para isto é fundamental “que o professor saiba explorar a capacidade dos mais rápidos ao mesmo tempo que respeite o ritmo de assimilação dos mais lentos.”
Fonte: Frank Herles - World's Observatory
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